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Realizei meu procedimento, posso ir ao hospital?

    Ao contrário do que parece essa pergunta é muito comum para meninas que praticaram ou pensam em abortar. Procurar um ambiente hospitalar parece ser a melhor saída quando o medo bate, mas as traficantes e outras meninas que já realizaram aborto contraindicam essa “solução”.

    Em 2017, o Bem Paraná conta que apenas no estado os atendimentos pós-aborto chegam a 9 mil por ano. Essa estimativa ocorreu após uma mulher de 26 anos ter procurado socorro médico em fevereiro do mesmo ano e ter sido acusada de provocar um aborto. Ela foi presa pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) em Curitiba.  A mesma estava grávida de cinco meses, tomou remédios clandestinos e como teve complicações se dirigiu ao hospital, onde pensou que encontraria amparo.

    Casos como esse não são raros, no Datasus apenas na Região Sul do Brasil foram atendidos mais de 258 mil procedimentos de aborto até dezembro de 2017. O número inclui dados de atendimentos pós-aborto que ocorrem de forma espontânea, por razões médicas e as provocadas. Apenas as mulheres que dão entrada em serviços hospitalar aparecem nas estatísticas.

    Geralmente, o atendimento é procurado quando a gravidez continua mesmo com o uso de remédios, o aborto é incompleto, em casos de hemorragia e de infecção. Quando a gravidez continua a mulher pode decidir em prosseguir com a gestação, mas a criança corre risco potencial de nascer com malformação. 

    As pacientes que vão ao estabelecimento de saúde passam pela Curetagem. Esse é um procedimento realizado por médico ginecologista para limpar o útero de restos de aborto incompleto, da placenta em casos de parto normal ou é feito como diagnóstico, nesse caso chamado de curetagem semiótica. Esse é um tratamento doloroso em que a paciente deve estar sedada ou anestesiada, para que não sinta dor. Entretanto, esse incomodo e desconforto pode permanecer por alguns dias, geralmente o médico receita analgésicos.

    Esse tipo de procedimento foi a cirurgia mais realizada no SUS entre 1995 e 2007, de acordo com o Instituto do Coração da Universidade de São Paulo (USP). Foram 3,1 milhões de registros de curetagem, mas não há como diferenciar se foram feitas resultantes de um aborto espontâneo ou provocado. Os dados estão disponíveis na revista Plos One e no site Tua Saúde.

   Entre 2013 e 2016 foram atendidas quase cem vezes mais mulheres para realização de curetagem pós-aborto do que para outros procedimentos, entre ele o aborto dentro da lei. São mais de 181 mil mulheres que passaram por esse atendimento depois de realizar um aborto clandestino. O AMIU, que é o esvaziamento do útero por aspiração manual intrauterina também é realizado no Brasil. O site da UOL disponibiliza alguns dados:

 

Mulheres atendidas no SUS pós-aborto 2015 - 181 mil

2014 - 187 mil

 2013 - 190 mil

Procedimentos por AMIU (esvaziamento do útero por aspiração manual intrauterina) 2015 - 10.623

2014 - 8.168 

2013 - 5.704

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Uma participante de grupo contando as colegas que decidiu ir ao hospital.

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